O tratamento do câncer tem evoluído em ritmo acelerado com o emprego de novos tratamentos e tecnologias. Em um curto período temos observado o desenvolvimento de um grande número de novas medicações, o aprimoramento de técnicas cirúrgicas, o surgimento de aparelhos de radioterapia mais modernos e o desenvolvimento de recursos como a Inteligência Artificial, que vem ganhando cada vez mais espaço na área de saúde. Não se pode negar que tudo isso tem impactado positivamente os resultados do tratamento e sobrevida.
No entanto, apesar de todo esse avanço, observamos que não só com tecnologia e medicamentos conseguimos cuidar adequadamente das pessoas. Aprendemos no dia-a-dia do trabalho em oncologia e também a luz da ciência, que não basta atacar a doença, é necessário um olhar sensível para o indivíduo em toda sua dimensão humana, seja entendendo seus hábitos e orientando sobre questões do estilo de vida, seja reforçando seus recursos de resiliência e enfrentamento, seja considerando sua dimensão espiritual .
Diante da necessidade crescente de uma visão mais integral do indivíduo, nos anos 2000, o National Cancer Institute dos EUA cunhou o termo Oncologia Integrativa1, que trouxe para oncologia os preceitos da Medicina Integrativa: associar os melhores cuidados da medicina convencional com o uso das melhores práticas integrativas baseadas em evidências, a fim de que se estabeleça uma relação de parceria entre o paciente e o profissional de saúde, parceria essa que é focada na pessoa, com respeito a sua autonomia e bem-estar.
Uma abordagem integrativa na oncologia fomenta o autoconhecimento e autodesenvolvimento do paciente, orientações sobre hábitos nutricionais, atividade física, gestão de estresse, educação a respeito de uso de substâncias e práticas potencialmente nocivas. E melhor dizendo, a pessoa em tratamento sai do papel de “paciente” e se torna um “agente” em sua trajetória. Dessa forma, através de uma equipe multidisciplinar engajada com esses princípios, é possível oferecer ao indivíduo os melhores cuidados desde seu diagnóstico até a fase pós câncer, período esse conhecido internacionalmente pelo termo survivorship2.
Nessa visão integrativa dos cuidados em oncologia, o profissional de saúde passa a caminhar ao lado do paciente, tornando essa jornada com mais significado para ambos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Filice de Barros N, Siegel P. O que é Oncologia Integrativa? Cad Saúde Coletiva 2013; 21(3):348-54.
2. Lima PTR (coord.). Bases da medicina integrativa. Série Manuais de Especialização do Hospital Israelita Albert Einstein. 2ª ed. Barueri: Manole, 2018. 357p.
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